O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou com veemência, nesta quarta-feira (9), as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos, durante a abertura da IX Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Tegucigalpa, Honduras. Ele acusou o governo de Donald Trump de adotar medidas que desestabilizam a economia e afetam a vida de milhões.
“Tarifas arbitrárias desestabilizam a economia e elevam os preços. Guerras comerciais não têm vencedores”, afirmou Lula, ao se referir à imposição de uma taxa de 10% sobre as exportações brasileiras aos EUA.
Lula também fez duras críticas à ingerência das “velhas e novas potências” no continente latino-americano e alertou para o perigo que essas interferências representam para a autonomia da região. “Tentativas de resgatar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, disse o presidente, enfatizando que o fortalecimento da união entre os países latino-americanos é fundamental para evitar uma nova divisão global de zonas de influência.
A união da América Latina, segundo Lula, será a chave para garantir a soberania regional em um cenário global cada vez mais polarizado. “Se seguirmos parados, corremos o risco de cair em uma nova zona de influência em uma nova divisão do mundo”, destacou. Para ele, é urgente que os países latino-americanos deixem as divergências de lado e se unam em defesa de uma maior autonomia política e econômica.
Ao se referir à Celac e à Unasul, Lula reiterou a importância de resgatar o espírito plural e democrático que fundou essas instituições. “É imperativo que América Latina e Caribe redefinam seu lugar na nova ordem global que se discute”, afirmou.
O presidente também fez questão de condenar a situação dos migrantes, especialmente os deportados dos EUA, que, segundo ele, são tratados de forma desumana. “Migrantes são criminalizados e deportados em condições degradantes”, criticou Lula, reforçando sua posição em defesa dos direitos humanos.
Por fim, o presidente brasileiro defendeu a eleição de uma mulher para o cargo de secretária-geral da ONU, destacando a necessidade de maior representatividade feminina nas principais organizações internacionais.
