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A história da Argentina é marcada por um processo doloroso de apagamento da população negra, uma limpeza étnica silenciosa que se estendeu por séculos, destruindo identidades e erguendo uma sociedade que escolheu ignorar suas raízes africanas. O episódio da abolição da escravidão em 1853 é um dos principais marcos desse processo, quando os negros, após séculos de exploração, foram abandonados à própria sorte, sem políticas públicas que garantissem sua integração na sociedade. A falta de uma transição justa deixou uma ferida que ainda sangra até os dias de hoje.
Para entender o apagamento, é preciso olhar para a imigração europeia entre 1880 e 1900. O país, com um projeto de nacionalidade marcada pelo conceito de “branqueamento”, viu na chegada em massa de imigrantes europeus uma chance de “clarear” a pele da população e dar um “novo rosto” à Argentina. A miscigenação, incentivada por um projeto político e cultural, teve como efeito não apenas uma mudança demográfica, mas também a exclusão da população negra. O foco estava em formar uma sociedade europeia, onde o negro era descartado, invisibilizado e empurrado para as margens da história.
As guerras de independência e a Guerra do Paraguai também desempenharam um papel crucial nesse processo. Os batalhões formados por negros, muitas vezes encarregados das batalhas mais duras e perigosas, foram dizimados sem piedade. A contribuição dos negros na luta pela independência e pela defesa do país foi apagada, assim como suas vidas, que foram desconsideradas nas construções das narrativas históricas dominantes.
O resultado dessa combinação de eventos – a abolição sem inclusão, a imigração europeia e a marginalização nas guerras – é a sociedade argentina de hoje, que aplaude sua diversidade e modernidade, mas, ao mesmo tempo, apaga sistematicamente a contribuição e a presença dos negros em sua construção histórica. Em um país que afirma buscar a integração social, a população negra continua a lutar por reconhecimento e reparação, um movimento contra séculos de invisibilidade que teve como consequência a exclusão de um povo inteiro.
A negação dessa história não é apenas uma falha do ado, mas uma realidade que ainda reverbera na desigualdade social, na falta de representatividade e na violência contra os negros na Argentina. Ignorar esse processo é não só um erro histórico, mas uma condenação para um futuro em que as cicatrizes da opressão nunca terão oportunidade de cicatrizar. O país precisa urgentemente confrontar sua história e reconhecer o valor de sua população negra, para finalmente romper com o ciclo de marginalização que ainda persiste.