Na sessão da Câmara de Campo Limpo Paulista – SP de terça-feira (18), a verdadeira comédia política foi protagonizada pelo vereador Edão (PL), que sem nem um pingo de vergonha, acusou alguns de seus colegas de que tinham “40 cargos” na prefeitura. O problema? Ele não disse QUEM seriam esses vereadores. Se a intenção de Edão era causar pânico e desconfiança, a dúvida é se ele mesmo acredita nas acusações ou se isso é apenas mais uma jogada retórica vazia.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, vereador Tonico (União Brasil), fez questão de garantir que “não existe esse negócio de cargo ou favorzinho da prefeitura” – uma declaração que soa quase como uma defesa desesperada de um sistema que, ao que parece, não anda lá muito transparente. A ironia, no entanto, ficou por conta de uma frase que ninguém pode deixar de notar: uma coisa é falar, outra é mostrar com ações, e quando o assunto envolve o prefeito e sua relação com a Câmara, as palavras podem ter sido um pouco mais vazias do que gostariam de itir.
E se a sessão já estava no limite da bizarrice, ela ainda foi marcada por uma virada política tão súbita que parece ter sido orquestrada nos bastidores. A votação do requerimento solicitando informações sobre o decreto de Estado de Calamidade Financeira ou com 12 votos, mas no pedido de abertura da CEI, que nada mais é do que a continuação desse caso, 6 vereadores mudaram completamente seus votos. Coincidentemente, ou não, alguns desses vereadores alegaram que o prefeito se reuniu com eles pouco antes da sessão. O que exatamente aconteceu nessa reunião? Será que lá foi discutido algo que fez esses 6 mudarem de lado de forma tão rápida? Ou foi apenas uma ótima coincidência?
E para fechar o show de horrores, a vereadora Kesley Foresto (PL), ao tentar desviar o foco do debate e criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tomou uma verdadeira descompostura do presidente Tonico, que parecia se sentir desconfortável com a bagunça que tomava conta de sua própria Casa.
Campo Limpo Paulista parece estar em um eterno show de descaso, onde figuras como Edão e Kesley parecem imunes ao aprendizado. Eles continuam jogando o jogo da política sem dar a mínima para o que realmente importa: transparência, seriedade e, acima de tudo, o respeito aos eleitores que esperam algo mais do que apenas discursos vazios e atitudes levianas.
No fim, fica a pergunta: será que o povo vai engolir mais esse espetáculo de baixíssimo nível? Ou será que já está na hora de cobrar atitudes concretas de quem tem o dever de governar e legislar com responsabilidade?
