O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou, na terça-feira (18), que irá se licenciar do seu mandato por “motivos pessoais”. Ah, claro, porque quando um político, desse tipo, eleito com 741.701 votos decide tirar uma licença, a primeira coisa que vem à mente é que ele tem “motivos pessoais”, não é mesmo? Não se preocupe, Eduardo, sabemos que você vai “trabalhar” muito nos Estados Unidos em busca de “sanções aos violadores dos direitos humanos”. Um trabalho árduo, sem dúvida, que, aparentemente, só pode ser feito em solo norte-americano. Como se a Câmara dos Deputados e o Brasil não precisassem de sua presença para resolver os problemas internos.
Vale lembrar que, segundo a lei, um parlamentar pode se afastar sem remuneração por até 120 dias. Depois disso, o suplente Missionário José Olímpio (PL) assume o posto. Ora, com toda essa empolgação para viajar, dá para imaginar que talvez Eduardo esteja apenas praticando para o momento em que, finalmente, um mandato de férias seja aprovado no Brasil. Afinal, quem precisa de trabalho quando o mundo é seu escritório?
Agora, o que impressiona mesmo nesta história não é só o fato de ele se licenciar para ir aos EUA, mas o simples fato de que um sujeito eleito com mais de 700 mil votos decide, assim, com a maior cara de pau, abandonar o cargo. Afinal, nada diz mais “representatividade” do que deixar seus eleitores à deriva enquanto você vai atrás de sanções internacionais. Será que algum eleitor de Eduardo Bolsonaro, ao votar nele, imaginava que esse voto servia apenas para garantir uma temporada de luxo no exterior?
E sejamos francos: qual é o verdadeiro motivo para o “patriota” se afastar do Brasil? Será que ele realmente vai a “caçar sanções” contra o Brasil? Ou será que o verdadeiro sonho do deputado é voltar a fritar hambúrgueres nos Estados Unidos, como fez antes de ser eleito, ou quem sabe ficar lá para sempre, longe das responsabilidades que o cargo exige?
No final das contas, a cena é quase cômica, mas ao mesmo tempo preocupante. Um deputado eleito com uma expressiva quantidade de votos se ausenta, não por um motivo extraordinário, mas por uma busca quase mística por algo que claramente não se alinha com os problemas reais do Brasil.
Talvez Eduardo Bolsonaro seja o exemplo perfeito de como alguns políticos, em vez de honrar seus mandatos, preferem a vida confortável no exterior. Enquanto isso, seus eleitores, tão entusiastas em sua eleição, ficam aqui, questionando o verdadeiro compromisso de quem deveria representá-los.
Mas tudo bem, é claro, ele vai voltar depois dessa temporada em busca de “sanções”. Ou não.
